top of page

Origem levanta R$ 100 milhões para tirar sua moto elétrica da garagem

  • Blog das Locadora
  • 11 de mar. de 2022
  • 4 min de leitura

A Origem Motos — uma startup que fabrica motos elétricas aqui na capital e as aluga num modelo as a service — acaba de levantar R$ 100 milhões numa rodada que vai energizar seu plano de expansão, que inclui colocar mais de mil motos nas ruas ao longo do próximo ano.

A rodada Série A foi liderada pela Atmos Capital e teve a participação da consultoria Visagio, do family office dos sócios da Bain Capital, em Boston, e da Bee Cap, do ex-CFO da Energisa Cláudio Brandão Silveira, que já havia investido em rodadas anteriores e assessorou a Origem na transação. A Origem está apostando num mercado que tem recebido bem menos investimentos do que os carros elétricos. A Honda, por exemplo, ainda não anunciou planos de uma moto elétrica; já a Harley-Davidson lançou uma marca de motos elétricas, a LiveWire, há apenas cinco meses. De toda forma, as comparações podem não ser pertinentes, já que o mercado de motos nos EUA é focado em modelos high end, e não em motos populares. Moto elétrica no Brasil Hoje, a Origem é a única projetista e fabricante de motos elétricas no Brasil. Compete basicamente com marcas gringas, como a asiática Gogoro. (A Voltz — uma startup brasileira que também vende motos elétricas — importa os veículos e apenas revende no Brasil). Por enquanto, a Origem está focando no aluguel de suas motos para frotas corporativas. Companhias como Santander e Stone pagam R$ 1 mil por moto por mês para usar os veículos da Origem. Não há custo adicional. O pacote já inclui seguro, IPVA, manutenção, rastreador, além do custo de carregar as baterias quantas vezes o motorista quiser. “O mercado de motos elétricas tem dois grandes problemas: a autonomia e o preço,” Diogo Lisita, um dos fundadores, disse ao Brazil Journal. “Para resolver o problema da autonomia, o que alguns fabricantes faziam era colocar mais uma bateria. Ou baterias maiores. Mas isso acabava piorando ainda mais a questão do preço.” A Origem está tentando resolver essa equação com uma solução inovadora, mas complexa de operar. Ela constrói diversas estações de troca de bateria que ficam espalhadas em postos de gasolina, shoppings e supermercados. Nessas estações, o motorista retira a bateria usada da moto e a coloca numa espécie de gaveta, que automaticamente libera uma nova, já carregada. O desafio é gerir todas essas estações de forma que o motorista sempre encontre uma bateria carregada quando parar na estação, e que sempre tenha uma estação perto quando sua bateria acabar. “Nosso trabalho aqui não é só a moto, mas a moto com a solução de recarga. Construir a infraestrutura é tão importante quanto as motos,” disse o fundador. “Para resolver isso, nossa moto é conectada à internet e conversa com a bateria o tempo todo. Assim como a estação de troca de bateria.” Essa inteligência permite que a Origem monitore em tempo real o que está acontecendo em toda a frota e em suas estações de troca. Ela consegue ver, por exemplo, quantos motos estão em determinado bairro em dado momento. Como está a carga das baterias e quantas baterias estão disponíveis nas estações da região. “Com isso, eu posso tomar decisões: ‘Recarrega mais rápido essas baterias aqui porque a chance de alguém querer trocar elas nessa região é alta’. Ou o contrário: ‘Não tem ninguém nesse bairro nesse momento, então recarrega o mais devagar possível, ou nem recarrega agora, porque vamos recarregar à noite quando o preço do kWh é mais barato.” Fundada em 2017, a Origem nasceu da cabeça de três engenheiros (dois de telecom e um mecânico) que trabalharam juntos numa empresa que fabricava maquininhas de cartões. Nos primeiros seis meses, Diogo, Pablo Estrela e Felipe Borges pesquisaram o mercado para entender o problema. Depois, mais um ano construindo o protótipo e validando o produto no Inmetro e outros órgãos. A fabricação das primeiras motos aconteceu só dois anos depois da fundação da empresa. Até agora, a Origem produziu 50 motos (todas alugadas) e instalou 15 estações de troca no Distrito Federal. Diogo diz que com os R$ 1 mil mensais, “a conta fecha com folga pra gente.” Segundo ele, a Origem tem um custo de produção muito baixo, já que suas motos são fabricadas com menos componentes que uma moto elétrica tradicional. “Uma moto a combustão em geral tem 2.000 peças, uma elétrica tradicional tem umas 600. A nossa tem menos de 200,” disse o fundador. “Além disso, no primeiro semestre do ano que vem estamos indo pra Zona Franca de Manaus, o que vai baixar ainda mais nosso custo.” A capitalização de hoje vai financiar os planos da startup de colocar mil motos na rua em 2022. Quando espera fazer uma receita de R$ 10 milhões. Além de 200 estações de recarga (que vão somar mil baterias). O plano de negócios prevê que, ao final desse ciclo, a empresa atinja o breakeven. Na expansão, a startup também pretende trabalhar com entregadores de apps como Uber Eats e Loggi. E não apenas frotas corporativas. A ideia é fechar uma parceria com essas plataformas e estimular a adoção das motos em suas bases. “Eles vão poder atrelar a marca a uma solução sustentável. Além disso, o nosso modelo é de custo fixo. O que gera uma previsibilidade maior para os entregadores. E reduz o custo em comparação com a moto a combustão.” Antes de conseguir a rodada, os fundadores bateram às portas de inúmeros fundos de VC. Recusaram o projeto por se tratar de uma empresa de hardware. E, em alguns casos, porque a empresa está muito longe do Itaim.


Moto elétrica


RETIRADO DE: https://www.blogdaslocadoras.com.br/

Comments


bottom of page