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Como o Toyota Etios virou veículo de carga para exportação

  • Blog das Locadora
  • 25 de abr. de 2022
  • 4 min de leitura

No Brasil, o Etios Aibo passará a integrar o Kinto, o serviço de carro por assinatura da Toyota, na modalidade One Fleet, voltada para clientes comerciais e empresas.

Um desavisado em visita à fábrica da Toyota em Sorocaba (SP) pode até tomar um susto. Afinal, hatches com vidros traseiros esbranquiçados saem da unidade novinhos em folha. E os modelos em questão ainda são do modelo Etios, carro que deixou de ser vendido no Brasil em abril de 2021. “Mulas” para testes de um futuro lançamento? Nada disso, o carro em questão é o Etios Aibo, a variante comercial do hatch pequeno que foi vendido no Brasil por oito anos. A configuração para carga foi idealizada e desenvolvida no Brasil para atender a uma demanda do mercado argentino, onde veículos compactos para este fim são muito usados. Vizinhança peculiar O Toyota Etios virou um veículo de carga a partir do fim de 2019. Foi quando a filial brasileira da montadora detectou uma oportunidade de mercado na Argentina. Assim como nas metrópoles brasileiras, lá existem restrições à circulação de veículos comerciais nas regiões centrais de grandes cidades, o que motiva uma busca por carros de passeio compactos para transporte de mercadorias. “Havia uma necessidade por parte do mercado argentino de um produto que explorasse capacidade de carga, mas em um modelo mais compacto”, recorda Jorge Mussi, gerente geral de pós-vendas da Toyota do Brasil. “Então, enxergamos justamente a possibilidade de converter o Etios, não só pelo tamanho, mas também pela conveniência para o mercado local”. No caso, devido ao porte e capacidade de carga, o Etios Aibo se enquadra na categoria de veículo comercial que paga menos IVA – o imposto que incide sobre o automóvel no país vizinho: cai de 20% para cerca de 10%. Além disso, assim como os principais mercados, o argentino também registrou uma alta no e-commerce durante a pandemia, o que demanda veículos mais ágeis e com maior facilidade de circulação para entregas nos grandes centros. Custo viável A opção pelo Etios – que já dava sinais de despedida do mercado brasileiro – e não pelo Yaris deveu-se principalmente ao custo. O hatch mais veterano sempre teve um dos preços de revisões mais baixos do seu segmento, além de fama de robustez e de, notadamente, custo de produção mais baixo. Ainda havia a viabilidade de o carro continuar em produção em Sorocaba, de onde é exportado para o Peru, Argentina e Paraguai – foram 5.800 unidades vendidas para esses três países no primeiro trimestre de 2022. O aventureiro Etios Cross, inclusive, é um dos modelos mais vendidos no mercado peruano. “O Etios é totalmente viável dentro de nossa linha de conversões e cabia perfeitamente no perfil de uso para o mercado argentino. O Yaris tem outro posicionamento, usa câmbio CVT, é mais luxuoso, O Yaris também poderia passar por essa conversão, mas é um produto que, obviamente, teria um custo maior”, justifica Mussi. O Aibo significa “parceiro” em uma tradução simples do idioma japonês. Foi desenvolvido, então, em um período de 12 meses e a produção em série começou oficialmente em janeiro de 2022. Segundo a Toyota, protótipos do modelo rodaram 3.500 km em testes. Sempre com a capacidade máxima de carga (450 kg), antes de ser validado. Conversão ao lado da linha de montagem O processo de transformação do Toyota Etios na variante Aibo é feito dentro da própria unidade sorocabana. O hatch já sai da linha de produção sem os bancos traseiros, instalação de cintos e revestimentos do porta-malas e das portas. E é encaminhado diretamente para o PPO – Post Production Operation. Esta unidade é a responsável pela personalização e adaptação de alguns modelos da Toyota. Por exemplo, é lá onde é feita a customização das versões GR-S do Corolla Cross. Ou instalados equipamentos como câmera de ré e carregador de celular sem fio no Yaris. São cerca de 60 funcionários só no PPO, sendo dois dedicados exclusivamente para a conversão do Etios Aibo. A cada 32 minutos, uma variante de carga do hatch fica pronta na unidade. No processo, é colocada uma base plana e um carpete sobre a área dos bancos traseiros e porta-malas. Ao todo, são 1.200 litros de volume na área para acomodar mercadorias. Além disso, os vidros de trás recebem um adesivo branco, para eliminar a transparência. Dentro, são instaladas a gaiola. Para proteger a área do motorista. E as redes de contenção de carga, que são um capítulo à parte. A cada mês a Toyota usa cerca de 150 kg de material de cinto de segurança descartado pelo seu fornecedor. Esse material é encaminhado para associações de costureiras. E é transformado nas redes de contenção que vão para a cabine de carga do Etios Aibo. Por fora, a única alteração é a adoção de DRLs. Onde ficam posicionados os faróis de neblina e o adesivo com o nome da versão na tampa traseira. Mecânica é a mesma Mecanicamente, a Toyota garante que não houve qualquer alteração, nem na suspensão. Como a carga útil de 450 kg é praticamente idêntica à das versões civis do Etios. Não foi necessário fazer alterações na calibragem de molas e amortecedores. O motor também é o mesmo e conhecido 1.5 16V. Só que apenas a gasolina e com 103 cv de potência e 14 kgfm a 4.200 rpm. Ele trabalha com o câmbio manual de seis marchas. Na Argentina, o hatch de carga começa ao equivalente a R$ 92 mil (em conversão direta pela cotação de 8/4). “Utilizando os benefícios da linha de produção, reduzimos em 88% os custos desta conversão. Não se desperdiçam bancos e cintos, e ainda otimizamos recursos”, explica o executivo da Toyota. Etios Aibo passará a integrar o Kinto A unidade PPO da marca japonesa em Sorocaba começou com capacidade para fazer 60 Etios Aibo por mês. Porém, com o aumento da demanda argentina, a Toyota inaugurou um terceiro turno também na divisão de adaptação. Para elevar a fabricação para 100 unidades mensais. “Houve uma encomenda de uma empresa argentina de 400 unidades. E já há pedidos de outros países, inclusive o Peru”, adianta Jorge Mussi. No Brasil, o Etios Aibo deve passar a integrar o Kinto, o serviço de carro por assinatura da Toyota, ainda este ano. Ele será ofertado dentro da modalidade One Fleet, voltada para clientes comerciais e empresas.



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