Ford Fiesta pode morrer na Europa em 2023, diz revista

Baixas vendas teriam decretado o fim da linha para o hatch

O Ford Fiesta pode sair de linha no começo de 2023 na Europa - e sem deixar sucessor.

Segundo informações da revista britânica "Autocar", as baixas vendas teriam acelerado a decisão de encerrar a produção do Fiesta. A publicação diz, inclusive, que "um anúncio relacionado ao futuro do modelo é iminente".

Na Inglaterra, especificamente, o modelo figura abaixo de nomes como o rival Vauxhall Corsa e o próprio Ford Puma. Este último é um crossover com ares de SUV que se tornou o terceiro carro mais vendido do mercado inglês, atrás apenas de Nissan Qashqai e do Corsa.

Enquanto isso, o Fiesta não figura nem entre os 10 modelos mais comercializados do país - mesmo depois de uma recente atualização visual. A situação seria tão complicada que, segundo a "Autocar", a Ford lucra mais com os licenciamentos de produtos da Lego do que com as vendas do hatch.

O cenário não muda no restante da Europa. De acordo com números da Jato Dynamics, as vendas do Fiesta de janeiro a agosto deste ano tiveram queda de 45% em relação aos resultados do mesmo período de 2021. Em contrapartida, as vendas do Puma caíram apenas 14% frente ao volume obtido no ano passado.

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Em agosto, o Puma foi o 12º modelo mais vendido do continente, com 9.891 unidades licenciadas. Já o Fiesta sequer ficou entre os 50 mais vendidos ao emplacar apenas 2.735 veículos. O compacto seria descontinuado para abrir espaço para uma versão elétrica do Puma, que deve estrear em 2024.

Só elétricos em 2030

Procurada pela reportagem da "Autocar", a Ford desconversou.

"Estamos acelerando nossos esforços rumo ao plano de eletrificação total e, portanto, reavaliando nossa linha de veículos em sintonia com nossa estratégia comercial. Não comentamos especulações e vamos compartilhar mais informações nos próximos meses".

Até o momento, a Ford já confirmou que o Focus sairá de linha em 2025 sem deixar sucessor. Seu lugar deve ser preenchido por um crossover elétrico, um dos quatro modelos que a empresa lançará até 2024. Esse produto inédito deve ser posicionado entre o futuro Puma EV e o Mustang Mach-E, e deve dar origem a um SUV cupê no ano seguinte.

A fabricante espera vender aproximadamente 600 mil carros elétricos por ano a partir de 2026. Os modelos devem ser comercializados dentro da divisão Model E, que terá operações separadas das linhas de veículos movidos a combustão e veículos comerciais.

Essas ações estão em conformidade com a meta principal da Ford de vender apenas carros elétricos na Europa a partir de 2030.

Fiesta teve vida discreta no Brasil

Se na Europa o Fiesta acumula uma trajetória de 46 anos de muitos altos e poucos baixos, a história não foi assim no Brasil. Embora tenha sido lançado no mercado europeu em 1976, o hatch só estreou por aqui em 1995, vindo da Espanha em sua terceira geração.

O modelo foi nacionalizado já no ano seguinte em geração inteiramente nova. A quinta geração global chegou ao país em 2003 e representou o auge do Fiesta no mercado brasileiro, tanto é que sobreviveu por alguns anos mesmo após a chegada do New Fiesta.

Por falar nele, o hatch repaginado estreou no Brasil em 2010, dois anos após estrear na Europa. Inicialmente importado do México, ele passou a ser produzido em São Bernardo do Campo (SP) a partir de 2012, quando ganhou uma atualização visual.

Este modelo ainda passou por uma segunda reestilização antes de ser descontinuada em meados de 2019, quando a marca anunciou o fim das operações da longeva fábrica de São Bernardo do Campo. Desde então, o Fiesta nunca mais foi vendido por aqui.

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