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Great Wall negocia com Mercedes e Ford compra de fábrica no Brasil

  • REDAÇÃO AB
  • 25 de jun. de 2021
  • 3 min de leitura

Montadora chinesa estuda opções de produção enquanto se prepara para vender seus carros no País


A chinesa Great Wall começou este ano a preparar sua entrada no mercado brasileiro e estuda duas opções de produção no País: construir uma fábrica nova ou comprar uma das duas que foram desativadas este ano, a planta da Ford em Camaçari (BA) ou a da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP). Fontes familiarizadas com as negociações da empresa confirmaram que as conversas estão de fato acontecendo, mas ainda em estágio preliminar. A Great Wall ainda não definiu qual estratégia de fabricação local adotará no Brasil, mas as vendas de veículos importados da China estão previstas para começar no início de 2022.


A negociação com a Daimler pode enfrentar conflitos de interesses, uma vez que Li Shufu é o maior acionista do grupo alemão e sócio controlador da Geely, maior concorrente privada da Great Wall na China, que por sua vez mantém parceria com a BMW, que compete diretamente com a Mercedes-Benz. Em tempo, desde 2010 Shufu também controla outra marca de luxo, a sueca Volvo Cars. A outra opção da Great Wall está na Bahia e talvez seja grande e cara demais para as pretensões da chinesa. Após a Ford anunciar em janeiro passado o fechamento de suas fábricas no Brasil, o governo baiano criou um grupo de trabalho para atrair possíveis compradores para a fábrica de Camaçari e confirmou que fez contato com a embaixada da China no País para fomentar o interesse de montadoras chinesas. Em outra frente de negociações, a imprensa noticiou que no fim de abril passado a Great Wall teria mantido reuniões com autoridades brasileiras em busca de incentivos fiscais, com o objetivo de instalar uma fábrica de carros elétricos no Sudeste, possivelmente no Rio de Janeiro. Mas nada foi confirmado.

INTERESSE ANTIGO

Não é de hoje o interesse da Great Wall em instalar uma base no Brasil, maior mercado da América do Sul e uma das regiões do mundo incluídas nos planos de expansão internacional da empresa. Na região a fabricante já mantém uma pequena linha de montagem no Equador e vende seus carros em diversos países, como Uruguai, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Chile – este último onde atualmente faz seu maior volume regional, com 2,4 mil veículos vendidos e faturamento de US$ 44 milhões em 2020.


Durante um evento na China em setembro de 2012 a Great Wall confirmou a Automotive Business que estudava formas de produzir seus carros no Brasil, pois na época a sobretaxação a veículos importados criada pelo Inovar-Auto praticamente inviabilizava qualquer operação por meio exclusivo de importações. No mês seguinte, a empresa montou estande no Salão do Automóvel de São Paulo, apresentou alguns de seus carros e confirmou a intenção de produzir no País, mas o projeto foi abandonado em função das exigências do Inovar-Auto, que vigorou até 2017.


Mais recentemente o interesse de reentrar no mercado brasileiro ressurgiu com os novos planos de expansão internacional da maior fabricante de veículos privada da China. No Brasil, embora o planejamento de produtos ainda não seja conhecido, a Great Wall registrou no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) dois modelos: o SUV médio Haval H6 e a picape média Série P.


Fundada em 1984, no ano passado a fabricante vendeu mais de 1 milhão de veículos de quatro marcas: a generalista Great Wall, a Haval especializada em SUVs, a Wey em homenagem ao fundador Jack Wey que produz SUVs mais luxuosos, e a ORA, uma divisão exclusiva de carros elétricos. Atualmente são sete fábricas na China e cinco linhas de montagem no exterior, incluindo Equador, Rússia, Malásia, Bulgária e Tunísia. No ano passado, a empresa comprou plantas que a GM fechou na Tailândia e Índia. O Brasil pode ser o próximo passo do plano global de expansão de produção, mas como é próprio das corporações chinesas, muitos avanços e retrocessos ainda podem acontecer.


 
 
 

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